Falta de vacina acende alerta para cuidados com catapora

Em tempos de falta de vacina contra a catapora em algumas regiões do país, é importante que pais e responsáveis estejam atentos aos principais sintomas da doença e tomem os devidos cuidados para evitar a transmissão. A catapora é uma doença infecciosa causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com mais frequência em crianças, mas também pode afetar adultos. Altamente contagiosa, pode ser transmitida por contato direto com as lesões da pele, secreções respiratórias ou gotículas de saliva de pessoas infectadas.

O Ministério da Saúde explica que a Anvisa suspendeu o fornecimento da vacina da catapora em março de 2023 para avaliar a nova composição do imunizante. A decisão foi tomada em conjunto com a agência europeia de medicamentos. Após análise, a vacina foi liberada em julho do mesmo ano, mas a interrupção causou atrasos no abastecimento global, levando ao desabastecimento em alguns estados. O Ministério da Saúde recebeu 1 milhão de doses em dezembro de 2023 e planeja distribuir 554 mil doses até o final de janeiro.

Segundo Andrea Dambroski, médica do Departamento de Saúde Escolar dos colégios da rede Positivo, os sintomas da catapora aparecem após o contato com o vírus e começam com manchas vermelhas, evoluindo para vesículas, pústulas e crostas na pele. “Os pais devem ficar atentos aos principais sintomas, que incluem febre, mal-estar, dor de cabeça, perda de apetite e lesões na pele. As feridas são predominantes na face, couro cabeludo e tronco, evoluindo para outras partes do corpo”, alerta a pediatra.

Se a criança apresentar sintomas de catapora, é importante que fique em casa, isolada de outras pessoas, por pelo menos 7 a 10 dias, ou até que as lesões estejam bem secas. “Durante o período de isolamento, alguns cuidados são essenciais, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel, manter as unhas da criança curtas para evitar que ela coce as lesões e cause infecção secundária, evitar que o infectado compartilhe objetos pessoais, como toalhas, roupas e brinquedos, e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas.”

Não existe um medicamento específico para tratar a catapora. O tratamento visa aliviar os sintomas, como febre, coceira e dor. Geralmente, a catapora tem uma evolução benigna, mas é importante estar atento a possíveis complicações, como otite (infecção de ouvido), infecção secundária das lesões de pele, pneumonia e encefalite. A médica faz um alerta: “caso a criança apresente algum sintoma grave, como febre alta persistente, falta de ar, convulsões, alterações neurológicas ou persistência dos sintomas após 10 dias, é importante buscar atendimento médico imediatamente.”

A vacina contra a catapora é a melhor forma de prevenir a doença. É segura e eficaz, podendo ser aplicada em crianças a partir de 12 meses de idade. Em caso de falta de vacina na rede pública, ela também está disponível na rede privada. No Brasil, a vacina auxilia a conter a propagação da doença. “Ela não está erradicada, acredita-se que a vacinação possa diminuir consideravelmente os casos, porém uma pequena porcentagem dos indivíduos vacinados pode desenvolver a doença (geralmente de forma leve). Assim, não é possível prever se há chance da catapora ser erradicada”, finaliza.

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